MAPA analisa mais de 100 marcas de cervejas artesanais nacionais e importadas
Testes realizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em mais cem rótulos de cerveja constatam que caso de contaminação de rótulos da cervejaria Backer por monoetilenoglicol e dietilenoglicol é grave, mas isolado.
A afirmação foi apresentada em reunião extraordinária da Câmara Setorial da Cerveja, realizada na sede da FIEMG, em Belo Horizonte, 4a feira, 5 de fevereiro de 2020.
Com a presença de representantes de toda a cadeia produtiva de cerveja em Minas Gerais, o encontro foi convocado pelo presidente da entidade, Carlo Lapolli, também presidente da Abracerva – Associação Brasileira de Cerveja Artesanal.
“O Ministério da Agricultura fez uma análise em mais de cem rótulos de cervejas disponíveis no mercado de Minas Gerais, com cervejarias de todos os tamanhos, desde as grandes, passando pelas artesanais e até pelas importadas. E, desses cem rótulos, nenhum teve qualquer contaminação por etilenoglicol. Isso mostra que é um caso bastante isolado, trazendo tranquilidade para o consumidor brasileiro”, explicou Carlo Lapolli, presidente da Câmara e também da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), após o encontro.
Para ele, portanto, esses testes demonstram que o caso de contaminação dos lotes em Minas Gerais é algo isolado. “Ficou esclarecido que é uma crise restrita à Backer. Não temos problemas de qualidade com a cerveja brasileira, seja ela industrial, com as marcas grandes, ou mesmo a artesanal”, acrescentou.
Lição
Nem por isso, porém, o setor deve afrouxar a atenção em relação aos acontecimentos e o desfecho da contaminação de rótulos da Backer, que pode ter provocado a morte de seis pessoas. Para Lapolli, trata-se de uma oportunidade e alerta para uma reflexão das cervejarias, reforçando os cuidados em todos os processos de produção das bebidas.
“Claro que a gente tem que tirar lições, sempre estar atento, porque temos um produto alimentício e a gente precisa ter a responsabilidade de colocar esse produto no mercado, garantir uma segurança alimentar para o produto que a gente está produzindo. É uma oportunidade para o setor olhar um pouco para dentro, revisar os processos de controle de qualidade, os equipamentos, fazer a avaliação de fornecedores”, disse Lapolli.
De acordo com ele, a Abracerva também será ativa no contexto da crise envolvendo a Backer e pretende trabalhar mais diretamente com as cervejarias. A ideia é que a produção das bebidas seja sempre pautada pela segurança e pela qualidade.
Tranquilidade é a missão
Após deliberações sobre a reunião extraordinária realizada em Belo Horizonte, a Câmara Setorial da Cerveja vai emitir uma recomendação formal para banir o etilenoglicol do processo de resfriamento nas cervejarias brasileiras.
A entidade também vai recomendar às cervejarias que reforcem seus parâmetros de segurança e de treinamento dos operadores de fábrica. “A Abracerva vai começar a trabalhar para fomentar a criação de um plano de gestão de qualidade para pequenas cervejarias, de uma forma racional, que não impacte em custos, tudo isso com a intenção de trazer tranquilidade ao mercado. Essa é nossa missão agora” conclui Lapolli.