Entrevista com “Thomas Esteves Niquito”

Cervejeiro artesanal desde 2009, Sommelier de cerveja, fundador e organizador do Piracicaba Beer CUP, proprietário da Rohbrau, importadora de Insumos com sede na Alemanha e da escola cervejeira Beerthom, tendo formado mais de 1000 alunos ao longo desses 5 anos de fundação.

  • Como começou a Cerveja Artesanal na sua vida?

Foram em duas etapas. A primeira pensando em degustação, em 2007 e a segunda com foco mais em produção, próximo a 2009. Inicialmente as cervejas de trigo foram as cervejas que mais me chamavam a atenção. Após visita a uma fábrica de cerveja na região serrana do Rio Grande do Sul, nasceu a vontade de produzir a minha própria cerveja e entrar nesse universo fascinante.

  1. O que é a Cerveja Artesanal hoje para você?

Hoje a cerveja artesanal é o meu meio de vida. Tenho uma escola cervejeira e uma importadora de insumos. Durmo e acordo respirando cerveja artesanal, pois de forma direta sou responsável pelo início de várias cervejas que estão no mercado, isto só aumenta a responsabilidade e respeito a essa cultura milenar. Tento transmitir esse respeito também aos meus alunos e amigos que de certa forma, me buscam para saber um pouco mais sobre o nosso líquido precioso.

  • Como você avalia a produção e mercado de Cervejas Artesanais no Brasil?

Em constante evolução. Isso não me permite formar uma opinião fixa sobre o mercado, pois essa evolução, seja de produtos, tecnologia, ou mesmo legislação, ainda não me dá segurança para cravar algo, porém, uma coisa é fato, estamos crescendo, expandindo e isso não tem mais volta. A projeção que faço é que o mercado ainda vai continuar crescendo nos próximos 5 anos, formando um histórico bacana para tomadas de decisões e melhor entendimento do ramo por parte de toda a cadeia, essa cadeia aliás que é seletiva por natureza. Cerveja artesanal ruim é algo que não rola dentro desse universo, portanto, a competência se estabelece em todos os níveis e tomara que isso se confirme com o passar dos anos.

  • Como você avalia o mercado de Cervejas artesanais em nossa região?

Assim como no país, está em crescente evolução. Estamos em um estado e região que permite isso. A concorrência aqui é maior, isso ajuda a elevar o nível e qualidade das cervejas. Um ponto que considero importante para o futuro será a fusão de microcervejarias para um alcance maior de mercado, vejo que isso já começou a ser feito, talvez seja um caminho interessante a ser seguido.

  • Você acha que podemos atingir patamar de Market Share semelhante ao mercado Americano?

Somente com a união e soma de esforços. Nosso mercado cresce em número de cervejarias, porém, a representação global de venda não acompanha. Isso significa mais cervejarias brigando pelo mesmo espaço, por isso comentei sobre a fusão ou união ser importante, isso aumenta capital, alcance, investimento e fortalece a representação de forma geral. Outro ponto é a questão de fortalecimento local. Penso que para uma marca ser global, o primeiro passo é ter um belo alcance local. Fortalecer o drink local é fundamental!

  • De forma geral, a Cerveja Artesanal no Brasil, é boa?

De forma geral toda cerveja terá público, depende do planejamento e desenho da concepção daquele produto e principalmente de quem avalia. Boa é relativa, gosto é individual. Não gosto de analisar dessa forma. Gosto de cravar que o mercado é seletivo e cada público tem uma necessidade, se conseguir atingir essa necessidade, seja por meio de sabor, aroma, equilíbrio, amargor ou até mesmo preço, terá sucesso. Entender para atender.

  • Para quem deseja empreender no ramo de Cervejas Artesanais, o que você aconselha?

Estudo, aprofundamento do mercado, horas de copo, plano de negócio e a inscrição no meu curso de Tecnologia Cervejeira! 

  • Quanto a capacitação, temos demanda e oferta de cursos?

O mercado é carente de mão de obra especializada nessa área. Sou o banco de empregos de algumas cervejarias da cidade. Na última turma do curso de Tecnologia, a Leuven contratou um aluno no meio do curso. Com o crescimento do mercado e aumento de microcervejarias, a necessidade de se buscar colaboradores que entendam de produção e todos os outros processos que envolvem essa produção é vital na obtenção de resultados eficientes dentro de uma fábrica.

  • Para finalizar, qual é teu estilo preferido de Cerveja Artesanal?

Gosto muito das cervejas da escola alemã e dentro dessa linha o meu estilo preferido é o estilo Rauchbier. A riqueza sensorial do malte defumado é sensacional, me encanta.

Mas pensando de forma global, bebo de tudo um pouco!  Duas frases que são meu mantra cervejeiro, a primeira: “beba o que te dê vontade, o que o ambiente pedir e o que o seu bolso permitir”. Já a segunda: Todas as cervejas devem ser provadas ao menos uma vez na vida, mas poucas merecem ser repetidas.  Desta forma, pensem na cerveja como socialização e divirtam-se a cada gole!

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